segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Descubra o cão que combina com você
Saiba quais são as raças que mais se adaptam ao seu estilo de vida, idade e sexo.
Ter um cachorro em casa pode ser tudo de bom para quem quer companhia. Dóceis, calmos ou sapecas, os cães costumam doar e compartilhar emoções de forma sincera sem pedir muito em troca - só comida e carinho.
Às vezes, no entanto, essa relação prazerosa é prejudicada por falta de tempo, local inadequado ou estilos incompatíveis entre cão e dono. Por isso, antes de comprar ou adotar um cachorro, saiba qual raça combina melhor com o seu estilo de vida.
A reportagem do R7 listou, com a ajuda do médico veterinário e vice-presidente da Sociedade Paulista de Medicina Veterinária, Zohair Saliem Sayegh, os animais que melhor podem se adequar à sua rotina.
Veja quais raças são ótimas referências para conviver com crianças, jovens, adultos ou idosos, para quem mora em casa ou apartamento, sozinho ou com a família, e até para aventureiros que gostam de viajar com o seu pet.
O veterinário faz algumas recomendações importantes para antes e depois da escolha do bicho de estimação. Veja abaixo:
1 - Não compre por impulso. O cachorro é um ser vivo, não um objeto
2 - Conheça vários canis antes de comprar. O vendedor ressalta as qualidades do animal, mas esconde os defeitos. Alguns, no entanto, como pulgas e sarna, são visíveis
3 - Consulte um veterinário após a compra ou adoção, para conferir o estado real de saúde do bicho
4 - Mantenha a caderneta de vacinação do cão em dia
Para quem mora sozinho
O cão ideal para quem vive sozinho e fica horas fora de casa é aquele que faz o tipo independente, ou seja, que consegue ficar horas sem companhia, numa boa, à espera do dono. Sayegh recomenda três raças: collie, golden retriever e dachshund (o famoso “salsichinha”).
O comportado collie, apesar do porte avantajado, fica sozinho por horas sem fazer bagunça, sofrer ou chorar. Conhecido no cinema pelo personagem Lassie, ele só muda de comportamento quando está com o dono. Na presença dele, faz o tipo devotado, seguindo-o por toda parte, o que o caracteriza como um grande companheiro.
Da mesma forma é o golden retriever. Calmo e muito doce, ele brinca com qualquer objeto que tenha à disposição até o dono chegar. Tranquilão e elegante, o bicho pode ainda render uma boa paquera do tipo “qual é o telefone do cachorro?” ao dono que aproveitar para se exibir durante uma caminhada. Para criar ambos os cães com o mínimo de cuidado, mesmo sem muito convívio diário, é necessário escová-los todos os dias, pois são muito peludos.
Caso o morador solitário prefira um cachorro pequeno, o salsichinha é uma boa escolha. Bem independente, ele consegue ficar horas sem companhia, brincando sozinho. Quando o dono aparece, ele se agita e libera a energia acumulada.
Um exemplo de animal que pode dar trabalho ao morador solteiro é o labrador. Mesmo parecido com o golden, ele não se encaixa nesse perfil por dois detalhes essenciais: ele não gostar de ficar sozinho e precisa passear diariamente, caso contrário, se torna birrento e obeso.
De acordo com o veterinário, o labrador tende a roer e destruir objetos para preencher o tempo quando está sozinho. E se ficar sem fazer atividades físicas, pode engordar a ponto de sofrer problemas de artrite por causa do peso em excesso. A boa notícia é que a mania de destruição, típica da raça, pode acabar na fase adulta ou depois da castração.
Para quem mora com família e crianças
Os cães de companhia podem trazer ótimas formas de convívio em lares onde moram crianças. Raças pequenas como o maltês, o shih tzu, lhasa apso e o poodle costumam brincar com os pequenos de forma festiva, rolando no chão, sem usarem muita força, o que poderia machucá-los. Mas, segundo o veterinário, a criança pode também ter contato com animais maiores e até mais ferozes, desde que não se aproxime deles com agressividade.
- Se elas brincarem com agressividade, ele [o animal] responderá da mesma forma e, aí sim, claro, pode até mutilar.
Se a criança for um bebê que acabou de chegar ao lar, não há necessidade de privá-la do contato com o cachorro da casa. O ideal é ir deixando o animal se aproximar do berço aos poucos, sem reprimi-lo. Fechar portas ou impedi-lo de andar em locais em que ele estava acostumado a passar o deixará estressado.
Para quem mora em apartamento
Para Sayegh, não há grandes problemas em criar animais de estimação em apartamentos, desde que o tamanho do animal seja compatível com o do imóvel. Um cachorro de 40kg, por exemplo, vai fazer ao menos de dois a três litros de xixi por dia.
- Imagine isso em um apartamento não muito grande. Se ele não sair o tempo todo, ninguém consegue passar nem da porta, por causa do cheiro.
Se o cão só sair aos fins de semana para passear, ele pode ainda apresentar comportamento rebelde e sofrer queda exagerada dos pelos por causa do estresse de viver em um espaço reduzido. Por isso, o veterinário não recomenda criar raças muito grandes, tipo são bernardo e fila, em um apartamento de até 100 m2. Cães de companhia, ou de porte médio, como o beagle, podem ser criados sem problemas em apartamentos pequenos, médios ou grandes.
Para quem mora em casa
Uma casa com quintal ainda parece ser o melhor lugar para se criar um cachorro, certo? Nem sempre. A casa, espaçosa ou não, pode tanto melhorar o bem-estar do cachorro e sua relação com o dono quanto deixar o cão fora da convivência familiar. Se a família larga o bicho no quintal e só o vê quando leva comida, ele fica descuidado e carente.
Para mudar esse comportamento, o veterinário recomenda aos donos conviver com os animais limpos e asseados dentro da casa. A relação mais próxima entre homens e animais domésticos é uma forma saudável de troca de carinho, de acordo com Sayegh.
Na hora de escolher o cachorro para viver na sua casa, vale seguir a mesma regra do tamanho compatível. Os cães de companhia, aqueles considerados de bom comportamento, ou os de raças maiores são bem-vindos desde que tenham à disposição locais para fazerem as necessidades fisiológicas e caminharem.
Outra sugestão válida para casas são os cães de guarda. Em tempos de violência urbana, contar com eles pode ser uma escolha boa e barata. Cães das raças pastor alemão, rottweiller, fila brasileiro, boxer e dálmata são os melhores para colocar possíveis ladrões para correr, de acordo com o veterinário. Os últimos dois, apesar de serem brincalhões, metem medo pelo porte avantajado.
Os cães que combinam com idosos
Os campeões de audiência entre os idosos vão desde os de pequeno porte, como o shih tzu, lhasa apso e maltês, aos grandes, como o labrador. O último, além de ser um supercompanheiro, pode servir de cão-guia para idosos com dificuldades de locomoção ou que estejam com a visão prejudicada.
Diferente da pessoa que mora sozinha e precisa ter um animal mais independente, o idoso, que tem mais tempo disponível para ficar em casa, pode se afinar com um animal que adore ficar aos seus pés ou no seu colo enquanto ele assiste à televisão, por exemplo. Os de pequeno porte podem ser as melhores companhias, pois, assim como com as crianças, não usam muita força ao interagir com os seus donos.
A convivência entre animais e idosos pode ainda ser benéfica à saúde. Segundo o veterinário, a atenção do animal atua diretamente na melhora da autoestima e na vontade de viver de seu dono, já que muitos idosos ficam sozinhos ao longo do dia. Pesquisas já comprovaram os mesmos resultados em doentes crônicos.
Os cães que combinam com jovens e adultos
O jovem normalmente adora modismos. Com os cães não é diferente. Se tempos atrás a moda era ter um pit bull, sua fama de brigão o fez perder o posto para o inglês border collie. Os cachorros desta raça são considerados muito inteligentes e dinâmicos, de acordo com o veterinário. Fora o border, as raças de médio porte costumam fazer a cabeça de adolescentes por não fazerem muita sujeira, serem fáceis de conviver e de levar para vários lugares. A praticidade dos médios também atrai adultos, que muitas vezes evitam raças grandes por terem filhos pequenos.
Para quem gosta de viajar com o animal (aventureiro)
Neste caso, para evitar mais trabalho além da acomodação do bicho, o veterinário recomenda ter cães de pelo curto. Além de soltar bem menos pelos, o animal com essa característica exala menos cheiro quando transpira do que os peludos. No caso de uma viagem longa, eles correm menos risco de sofrer com o calor. Exemplos não faltam: salsichinha, pinscher, boxer, fox paulistinha, pug, bulldog, pit bull, chihuahua.
Vale ressaltar que a lista é de recomendações. Como disse Sayegh, “o melhor cachorro para se ter em casa é o que a gente mais gosta. O importante é mostrar que todas as raças são boas e que podem se adequar a qualquer ambiente”.
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