quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Como evitar disputas entre cães.


Animais sociais, os cães estão preparados para viver em grupo, tanto de cães como de humanos. Mas em toda convivência há sempre a possibilidade de conflitos. Nesse artigo vou explicar como lidar com essas situações quando dois ou mais cães compartilham o mesmo lar.

Muitas pessoas que convivem com dois ou mais cães procuram tratá-los igualmente para não cometerem injustiças. Se querem agradar um deles, para não deixar os demais ressentidos, procuram agir igualmente com todos, ao mesmo tempo.Esse costume, porém, pode causar brigas. Atender simultaneamente vários cães ignora a escala de poder estabelecida por eles. É preciso respeitar essa hierarquia para não provocar conflitos desnecessários.

Como respeitar a hierarquia
Procure sempre privilegiar o cão que está na posição mais alta da hierarquia. Ofereça primeiramente a ele os petiscos, os brinquedos e a comida, e só depois aos demais.Geralmente, o cão líder é o mais facilmente identificável. Parece querer controlar tudo, o tempo todo, e costuma ser observado e respeitado pelos demais. O cão em posição hierarquicamente inferior dá sinal de sua submissão com atitudes como colocar a cauda entre as pernas, pôr a ponta da língua para fora ou lamber a boca do cão dominante.

É mais difícil respeitar a hierarquia quando se tem mais de dois cães. Um exemplar que não é o mais dominante pode ficar em posições diferentes, conforme a ocasião. Se receber apoio do dono ou de um cão mais dominante, por exemplo, subirá de posição. Mas, quando a situação acabar, poderá ser confrontado pelos cães que se sentiram prejudicados.

A estratégia de dar prioridade ao líder exige que estejamos atentos a alguns desafios. Por exemplo, ao chegar em casa, se o nosso cão predileto não for o dominante, não deve ser o primeiro a receber atenção. Caso contrário, há o risco de ele resolver aproveitar a oportunidade para tentar mostrar liderança sobre os demais e começar uma briga.

Evite disputas por alimento e objetos
Ao perceber que determinado objeto ou alimento causa briga entre os cães, evite usá-lo. Ou, então, só o ofereça quando os cães estiverem separados. O mais prudente é servir a comida isoladamente ou sob supervisão humana, para evitar conflitos desnecessários.

Não dê bola a pequenos desafios
Dar atenção a cães que se desafiam em pequenas brigas pode torná-las mais freqüentes só para chamar a nossa atenção. Interferir nessas disputas tão comuns também pode atrapalhar a definição da liderança e resultar em mais brigas posteriormente.

Castração pode ajudar
Brigas ocorrem mais entre cães do mesmo sexo. A castração pode ajudar a reduzir esses conflitos, tanto entre machos como entre fêmeas (elas tendem a ficar mais agressivas no cio).

Convívio constante
Só separe os cães se houver necessidade. Quando eles ficam sem contato por algum tempo e depois voltam a estar juntos, podem se mostrar mais dominantes em relação ao território e aos objetos disponíveis. O resultado provável é haver brigas mais sérias. Se possível, mantenha o convívio entre os cães, mesmo depois de pequenos conflitos entre eles.

Exerça forte liderança
A maior parte das brigas ocorre quando o proprietário chega em casa e interage com os cães. Para evitá-las, é preciso demonstrar forte liderança e não permitir provocações e rosnados que possam evoluir para briga.

Lidando com momentos críticos
Existem situações que favorecem o começo de brigas. Por exemplo, voltar de um passeio feito com somente um dos cães, que não seja o dominante do grupo.Nesse momento, para os cães não ficarem se cheirando ou se confrontando, deve-se criar um foco diferente de atenção. Por exemplo, ao chegarem ofereça um petisco ao cão dominante e, em seguida, aos demais. Assim, todos prestarão atenção em você, em vez de um tentar controlar o outro.

Resumo
  • Privilegie o cão mais dominante servindo-o primeiro..
  • Respeite a hierarquia natural.
  • A castração normalmente reduz brigas entre indivíduos do mesmo sexo.
  • Evite separar os cães desnecessariamente.
  • Mostre que você realmente manda.
  • Desvie a atenção de um cão com relação a outro para evitar conflitos.
  • Não recompense com atenção as pequenas disputas.


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Do lobo ao cão doméstico.


Muitos comportamentos do cão são herdados. E só podem ser realmente compreendidos se levarmos em conta a história evolutiva da espécie. Alguns deles, como a gravidez psicológica, deixaram de fazer sentido no modo de vida atual. Outros adquiriram funções diferentes. Por exemplo, a capacidade de seguir um rastro para capturar uma presa é hoje aproveitada para busca e salvamento.

Ao contrário do que muita gente pensa, ainda não sabemos exatamente como ocorreu a domesticação do cão. Acreditava-se que teria sido há cerca de 15 mil anos. Descobertas arqueológicas referentes àquela época mostraram cães enterrados com seres humanos em posições que sugeriam afetividade entre eles. Estudos recentes de DNA mitocondrial (tipo de DNA que permite estimar separações entre grupos de animais) apontam para a separação entre o cão e o lobo há mais de 100 mil anos! Uma teoria lança a idéia de que o cão já havia se separado do lobo antes mesmo do contato com seres humanos. Com isso, o homem deixaria de estar na posição de “criador” do cão.

Está cada vez mais certo que o cão doméstico se originou do lobo cinzento (Canis lupus) ou de um ancestral comum muito próximo. Teorias antigas levantavam hipóteses de o cão ter sido originado a partir de coiotes, chacais ou outros lobos. Mas essas idéias foram abandonadas depois de analisado o DNA de cada espécie e de se ter constatado que o lobo cinzento e o cão possuem DNA quase idênticos.


Muitos estudos sobre diferenças e semelhanças entre lobo e cão procuram mostrar a influência humana na seleção das características comportamentais do cão atual. As semelhanças entre as duas espécies são muito grandes. Desde a comunicação corporal, feita com sinais de submissão e dominância, até o comportamento de ataque e a inteligência para resolver problemas complexos.


Outro fato interessante é que a seleção realizada pelo homem especializou os cães em diversas funções sem acrescentar comportamentos inexistentes nos lobos. Foram fixadas grandes diferenças de morfologia (de formas) e de comportamento, sempre por meio de trabalhos feitos com características e aptidões já presentes. Nas raças de guarda, por exemplo, ressaltaram–se o instinto guardião e a coragem do lobo. No comportamento de pastoreio do Border Collie, foi reforçado o instinto de cercar a presa antes de capturá-la, e assim por diante. O ser humano, portanto, apenas selecionou e reforçou, nos cães, características que já estavam presentes no lobo, sem ter criado comportamentos novos.


A habilidade de comunicação interespecífica, ou seja, entre o cão e o homem, ocorre nos cães em maior grau do que nos lobos. Faz bastante sentido imaginar que o ser humano, consciente ou inconscientemente, tenha selecionado características e aptidões que facilitaram a comunicação entre as duas espécies, durante o longo convívio entre ambas.


Experimentos recentes feitos com cães e lobos socializados demonstraram que os cães prestam mais atenção no rosto humano e têm mais facilidade do que o lobo para compreender gestos de apontar feitos por pessoas.


Outra diferença curiosa entre cães e lobos criados nas mesmas condições é que, ao contrário dos lobos, os cães podem preferir imitar alguns comportamentos humanos em vez dos da própria espécie, a partir de certa idade.


A capacidade de ser treinado e de se adaptar a diversas situações também diferencia as duas espécies. É muito mais difícil ensinar um lobo do que um cão a sentar, a deitar, etc. Tais capacidades podem estar relacionadas a uma característica do cérebro canino adulto: ele se mantém semelhante ao cérebro do filhote de lobo por toda a vida. “Cérebros novos” possuem uma plasticidade maior para lidar com ambientes diferentes e para aprender coisas novas.


As aptidões dos cães os tornam mais adaptados à vida com o ser humano. Da mesma forma, os lobos se saem melhor na vida selvagem, para enfrentar os problemas comuns ao hábitat deles.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

É preciso castigar os cães para educá-los?

Ser ou não ser carrasco
As pessoas podem ser classificadas em dois grandes grupos quanto à maneira de tentar educar seus cães. Há os que acreditam na necessidade de bater, forçar e obrigar o cão a fazer o que querem, criando uma relação baseada em medo. E há os que são contra qualquer punição e procuram não contrariar nem frustrar seus cães. Nesse segundo grupo, a maioria se sente insegura quanto à maneira de estabelecer limites. Alguns proprietários têm medo de ser brandos demais e não conseguir ser respeitados pelo cão. Outros temem ser rigorosos demais e deixar o cão medroso e apático ou sem iniciativa.

A agressão física tem sido duramente atacada na última década. Demonstrou-se que, na maioria das vezes, é possível e vantajoso ensinar com estímulos positivos e recompensas. Dessa maneira, o cão desenvolve gosto por aprender e se torna mais espontâneo. Mas, ao adotar a idéia do aprendizado mais agradável e recompensador, é importante saber estabelecer limites para impedir que certos comportamentos perigosos ou desagradáveis se desenvolvam. Felizmente, consegue-se esse objetivo sem ser necessário bater no cão ou machucá-lo.

Amor e liberdade
Achar que amar o cão é deixá-lo fazer o que quiser, sem dar bronca nem frustrá-lo, é um pensamento comum hoje em dia. Mas o resultado da falta de limites pode ser desastroso. Há a possibilidade de o cão se tornar agressivo ou inseguro e ainda de ele acabar preso num quintal ou canil, isolado do convívio com seu grupo, apesar de pertencer a uma espécie extremamente social.

A educação pode e deve ser feita com recompensas e reforços positivos, mas é importante também que haja limites. Quando esses não forem respeitados, será necessário adotar algum tipo de punição ou reforço negativo. Desse modo, pode-se garantir a segurança do animal, seu equilíbrio emocional e preservar o bom convívio dele em sociedade.

Sofrimento humano
Em numerosas consultas que prestei, aprendi que estabelecer limites pode ser extremamente doloroso e difícil, principalmente para algumas mulheres. Quando o cão é considerado o bebê da casa, as pessoas se sentem culpadas por puni-lo e temem que ele fique magoado com elas. São sentimentos genuínos, que devem ser respeitados. Por isso, passei a dar bastante atenção aos aspectos psicológicos envolvidos no estabelecimento de limites, em vez de me preocupar somente com a aplicação da técnica. Entender que as broncas eficazes fazem parte da educação permite às pessoas se sentirem menos mal ao aplicá-las. Uma técnica engraçada, mas que tem funcionando, é a pessoa explicar para o cão que a bronca é necessária para o bem dele, e que se tornará tanto menos necessária quanto mais educado e controlado ele estiver. Dizer isso parece aliviar o sentimento de culpa da pessoa e permite que ela continue a aplicar a técnica da maneira correta.

Punir é a única forma de estabelecer limites?
Primeiramente, é importante entender que a punição e o reforço negativo não têm a intenção de machucar o cão nem de ser uma vingança. O objetivo é unicamente impedir ou redirecionar comportamentos indesejáveis.

Uma maneira de punir o cão que se comporta de modo indesejado para obter atenção é ignorá-lo. Mas pode não funcionar se ele intensificar aquele comportamento e conseguir a atenção que quer. Imagine um filhote que morde a mão do dono para chamar atenção. Ele poderá morder cada vez mais forte até se tornar impossível ignorá-lo. Portanto, antes de adotarmos a técnica, devemos nos perguntar se conseguiremos ignorar o comportamento intensificado. Se sim, a estratégia será adequada. É comum que um comportamento cesse depois do aumento da sua intensidade, tendência essa conhecida em psicologia como “extinction burst”.

Grande parte dos comportamentos caninos é auto-reforçadora, ou seja, praticá-los proporciona por si só uma recompensa ao cão. É o caso do cão que rouba comida de cima da mesa. Se o produto do roubo for do agrado dele, voltará a roubar somente para sentir novamente o prazer que o alimento lhe deu. Num caso desses, ignorar o comportamento de nada adiantará. Situações assim tornam necessária a utilização consciente de punições para serem estabelecidos os limites. Mas é preciso saber aplicar a técnica corretamente, é o que planejo ensinar no próximo artigo.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Queda de pêlo em Cães.


As quedas de pêlos podem e ocorrem por várias razões. Uma delas é a chamada queda fisiológica, que ocorre normalmente por envelhecimento do próprio pêlo ou de seu folículo (raiz) e assim esse pêlo cai para ser em seguida substituído por outros.
Essa queda fisiológica anteriormente referida ocorre em geral no verão e não é localizada (num único local da pelagem) mas generalizada, isto não querendo dizer que o animal se torne careca, pois essa queda é rarefeita e é percebida apenas com cuidadosa observação, pelo fato da pelagem ficar menos densa.

A queda chamada patológica (alopecia), que é a queda anormal, têm várias causas. Entre elas, doenças do próprio pêlo ou da pele do animal, tais como micoses, sarnas, eczemas, enfim uma variedade enorme de causas diretas no epitélio de revestimento animal. A queda de pêlos também pode ocorrer de forma indireta, por doenças nutricionais ou mesmo infecções. Entre as doenças nutricionais que podem determinar queda de pêlos pode-se citar a simples avitaminose A. Estando essa vitamina A ausente ou em quantidade insuficiente na alimentação do animal, essa vitamina chamada de protetora dos epitélios, poderá haver simples perda de seu brilho e resistência, culminando até por sua queda. Insuficiências de determinados sais minerais na alimentação, pode ter por conseqüência também queda de pêlos. Até simples falta na alimentação de determinados aminoácidos, que como é sabido são por assim dizer os tijolos que formam as moléculas de proteínas mais complexas, podem também determinar queda de pêlo.

As Infecções, pelo fato de determinarem febre, poderá ser também uma causa de queda de pêlos. Em vista desses diferentes fatores, observe a pelagem de seu cão: Caso a queda de pêlos seja localizada, formando verdadeiras "ilhas" (sem pêlo), isto requer imediato tratamento de acordo com sua causa, sendo em geral originada por parasitas (fungos, sarnas ou outros parasitas). Caso não seja imediatamente tratada quando parasitária, há o risco inclusive do parasita se alastrar ou mesmo se propagar a outros seres suscetíveis, como o próprio homem, no caso de se tratar por exemplo de uma micose tricofítica ou uma sarna por Sarcoptis scabiei (Escabiose).

Já quando a perda de pêlos ocorrer de forma generalizada, determinando apenas uma rarefação da pelagem (ficando a mesma menos densa), caso a mesma seja discreta e sem perda de brilho, trata-se de uma queda fisiológica e em geral ocorre durante a estação do Verão. Porém, quando essa queda é generalizada, tornando a pelagem além de rarefeita também o pêlo perdendo seu brilho, sua causa é geral. Neste último caso, apenas um cuidadoso exame das condições gerais do animal poderá elucidar sua causa específica ou suas causas. Existe também, um quadro mórbido chamado de Alopecia areata, cuja causa é nervosa, causando também queda localizada de pêlos.

P.S. - Deve também ser observado pelo dono ou tratador do animal, se concomitantemente à queda de pêlos existe prurido (coceira), por ser este um importante sintoma complementar para diagnóstico, além de possível rubor da pele (avermelhamento) ou mesmo inflamações nessas áreas da pele onde ocorre tal perda de pêlos. Para dizer se a pele esta ou não inflamada, observe e coloque mesmo sua mão para sentir se há calor anormal nessa área glaba (sem pêlo), pois a inflamação se faz sempre acompanhar de três sinais importantes : DOR + CALOR + RUBOR.

domingo, 20 de setembro de 2009

Salsicha? É a bola da vez!


O Dachshund foi posto em evidência como a raça canina mais agressiva por um estudo publicado na bem conceituada “Applied Animal Behavior Science”. A repercussão foi enorme, no mundo todo. Se a raça fosse de porte grande, já teriam surgido diversos projetos de lei proibindo-a! Neste artigo abordo a problemática dos experimentos que tentam ranquear a agressividade canina com base nas raças. E explico por que cada vez vence uma raça diferente. Para exemplificar, usarei o estudo atualmente em evidência.
Medições diferentes
O principal problema, na minha opinião, está na simplificação excessiva de um assunto bastante complexo, que é o da agressividade. Cada experimento mede algum aspecto diferente relacionado à agressividade dos cães. E quando o resultado é divulgado, acaba sendo distorcido pela maneira de dar a notícia ou pela preguiça de tentar entender assuntos mais complexos.

Simplificação perigosa
Como exemplo, coloquei abaixo os quatro primeiros resultados de uma busca no Google, digitando as palavras dachshund e agressividade:
1.Pit Bull perde para Dachshund em ataque a pessoas!
2.O cão mais feroz do mundo.
3.O cão mais perigoso é o “salsicha”.
4.“Salsicha é o cão mais feroz do mundo, diz estudo...
São manchetes simples, diretas e atrativas. Têm tudo que acredito ser preciso para chamar a atenção. O problema é que podem nos levar a interpretações erradas do resultado do experimento.

Menos graça, mas menos sensacionalismo
O estudo mostrou o resultado de questionários preenchidos por donos de cães de pouco mais de 30 raças (as raças caninas são mais de 400, no mundo). Em parte, os respondentes eram membros do American Kennel Clube (AKC); e, em parte, eram pessoas que encontraram o formulário na internet. O Dachshund foi a raça com maior porcentagem de respondentes que informaram que seus exemplares morderam, mordiscaram ou ameaçaram morder. A partir desses dados básicos, faço as minhas considerações.

Efeito “linhagem genética”
cada raça tem diversas linhagens e cada linhagem pode ter temperamento diferente. Dependendo da linhagem testada, os resultados estão sujeitos a variar bastante. É possível, por exemplo, que o Dachshund americano seja mais agressivo do que o Dachshund brasileiro, na média.

Efeito “dono”
As raças caninas podem ser associadas a um ou a outro tipo de pessoa, conforme o modismo da época. Raças diferentes, portanto, podem ter tipos diferentes de donos. Como os cães são bastante influenciados pelo comportamento de seus donos, deveríamos tentar eliminar o efeito “dono” ao compararmos uma raça com outra. No experimento, nenhuma característica dos donos foi levada em conta. Por exemplo, dependendo de quantos donos de Dachshunds têm crianças em casa, o resultado da pesquisa pode mudar, pois as crianças são os membros da família mais suscetíveis a levar mordida.

Efeito “fonte”
Muitos estudos são realizados a partir de estatísticas com base em registros feitos por hospitais. Mas a maioria das pessoas só vai ao hospital quando a mordida é séria. Com base nesses registros, os cães maiores subiriam no ranking, por serem mais capazes de machucar gravemente. No caso dos questionários do estudo em foco, parte dos criadores (membros do AKC) pode ter manipulado os resultados por interesse comercial e parte dos visitantes da internet (pessoas sem identidade comprovada), pode ter dado respostas até por brincadeira. Nessa hora, as raças mais lembradas são as mais populares.

Efeito “população canina”
Quanto maior a população de cães de uma raça, maior a chance de alguém ser mordido por um exemplar daquela raça. Se numa cidade, por exemplo, só tiver Pit Bull, todas as mordidas serão de Pit Bull, sem que isso signifique necessariamente que o Pit Bull é perigoso.

Efeito “agressividade mensurada”
Às vezes, rosnar ou mostrar os dentes é uma maneira que o cão tem para avisar quando não gosta de algo. Com isso, ele sinaliza que, se a provocação não parar, dará uma mordida. No experimento em discussão, as ameaças de mordida foram consideradas agressividade. Cães que não rosnam nem mostram os dentes antes de atacar, podem ter sido, portanto, considerados menos agressivos do que os cães que atacam com prévio aviso.


quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Na piscina, sem traumas.


Muitos cães se divertem buscando objetos atirados na água. Nadar é uma ótima atividade. Fortalece a musculatura com a vantagem de não submeter as articulações a impactos com o solo, típicos de esportes como corrida e salto. Por isso, a natação é recomendada por veterinários para cães com má-formação nas articulações (a mais conhecida é a displasia coxo-femoral).

Disposição para nadar
Praticamente todo cão pode gostar de se exercitar na piscina. A espécie canina aceita com facilidade as atividades aquáticas. Tanto que nadar faz parte das funções principais de várias raças, como acontece com o Golden Retriever, o Labrador e o Cocker. Mas qualquer cão só vai gostar de natação se a prática for associada a algo prazeroso, desde o início - jamais a traumas.


Jogar o cão na piscina pode causar trauma e afogamento
Ser jogado numa piscina é a primeira experiência aquática pela qual passam muitos cães. Esse método raramente dá certo. Ao sentir-se repentinamente sem apoio sob os pés e com água dificultando a respiração, o cão, em geral, se desespera. Debate-se, tentando ficar à tona e sobreviver. O cansaço vem depressa e, com ele, o risco de afogamento. Resultado: o cão fica traumatizado. Nunca mais vai querer entrar numa piscina. E passará a resistir a qualquer nova tentativa de ser posto na água.

Associe algo agradável a estar na água
Pode-se começar a treinar o cão para a natação a partir de filhote, depois de ele estar completamente vacinado. É preciso que o cão manifeste vontade de entrar na água. Um bom estímulo é fazê-lo buscar um brinquedo ou petisco. Outra motivação é ele ver um cão conhecido nadando ou o dono chamá-lo de dentro da água.

Às vezes, quando está na água, o cão em vez de nadar em direção do objetivo, começa a bater as patas sem deslocar o corpo para frente – ele parece tentar sair da água, batendo as patas para cima. Nesse caso, é preciso mostrar a posição certa, antes que ele fique exausto e traumatizado. Segure-o firmemente, próximo à superfície, com o corpo para frente na posição horizontal e solte-o em direção à margem ou em direção ao objetivo que ele quer alcançar. Procure ir dando petiscos ao cão durante todo o processo.


Se houver dificuldades para treinar o cão na piscina, o treino inaugural pode ser feito num lago ou praia. A maioria dos cães entra com naturalidade na água rasa e vai em frente quando há algo interessante a alcançar. Nesse caso, a técnica é oferecer petiscos cada vez um pouco mais no fundo, para o cão não acabar desistindo.


É importante facilitar o sucesso da experiência inicial e reforçar o aspecto agradável. Afinal, você quer o cão motivado, sem frustrações nem medos. Por isso, depois de ele ter obtido êxito na primeira tarefa aquática, faça-o nadar mais um pouco, recompensando-o de vez em quando com um petisco. Fique pronto para acudi-lo imediatamente, caso seja necessário.Terminada a natação, seque bem as orelhas do cão: a umidade pode causar otite (se ele entrou no mar, lave-o antes com água doce, para evitar irritações e alergias).


O cão pode se afogar numa piscina se não conseguir sair dela. As piscinas, em geral, não oferecem recursos para os cães saírem delas por conta própria. Nesse caso, o cão só deve entrar na água se houver alguém para supervisioná-lo. Poucos cães aprendem a sair pela escadinha tradicional. O melhor é que haja uma rampa submersa ou uma escada com degraus largos, que permitam o apoio adequado das patas. É preciso também familiarizar o cão com o uso do recurso disponível.

Interromper latidos incômodos
Alguns cães ficam extremamente excitados quando vêm alguém na piscina. Latem e correm sem parar, de um lado para outro. O controle desse comportamento é feito inicialmente com o cão na guia. A eficácia da repressão é bem maior quando o cão está parado. Mantenha-o próximo a você. No momento exato em que ele começar a latir, dê bronca até os latidos serem interrompidos.

Resumo
1. A natação é um ótimo exercício e uma diversão para os cães.
2. Algumas raças têm a predisposição para gostar de água aprimorada pela seleção genética.
3. Não jogue o cão na água, pois isso poderá traumatizá-lo.
4. Associe entrar na água com brinquedos e petiscos, para o cão se distrair e aprender a gostar de nadar.
5. Ensine o cão a sair da piscina para ele não correr perigo de morrer afogado.
6. Para o cão parar de latir quando houver alguém na piscina, dê bronca no exato momento em que ele emitir o primeiro latido. Inicialmente, mantenha o cão na guia.


terça-feira, 15 de setembro de 2009

Petiscos e guloseimas: dar ou não dar?


É muito gostoso ver o nosso animal de estimação saborear um petisco com satisfação. Mas será que as guloseimas vão deixá-lo mal nutrido ou obeso? Neste artigo esclarecemos dúvidas sobre petiscos, mostramos como usá-los bem como explicamos quais são seus benefícios e malefícios.

Mais interação, educação, obediência
É surpreendente como a inclusão de recompensas na rotina diária do nosso animal de estimação pode melhorar o convívio com ele. Por exemplo, em vez de se perder um tempão tentando colocar a guia no cão agitado, ansioso por passear, podemos resolver o assunto em alguns segundos. Basta ter uma guloseima numa das mãos para recompensá-lo depois que a guia for posta.
Recurso poderoso, o petisco dado logo após o pet ter se comportado de acordo com o desejado, ajuda a ensinar pequenas rotinas, como vir quando chamado (dá-se o prêmio assim que o animal chegar) e a corrigir maus hábitos, como a excitação exagerada ao receber carinho (o petisco é dado assim que o pet ficar tranqüilo ao ser acariciado).
Em vez de simplesmente oferecer guloseimas ao pet para agradá-lo, faça-o conquistá-las, aproveitando para estimular o bom relacionamento com ele e para deixá-lo motivado. Dar o petisco depois de uma troca de carinhos ou de brincar um pouco com o animal aumenta a interação. Se for um cão ou gato, pode-se aproveitar para treinar e reforçar comandos de obediência. Por exemplo, diga "dá a pata", mostre onde quer que ele a coloque e dê o petisco quando você for obedecido. De maneira semelhente, praticam-se outros comandos como o "deita" e o "senta".

Menos tédio e compulsão
Uma possibilidade oferecida pelas guloseimas é a de proporcionar exercício ao cão ou gato, estimulando também o faro e a visão. Escondem-se alguns petiscos em diferentes lugares e o animal sai à procura. É uma simulação da caça, atividade que ocupava grande parte do dia dos ancestrais dos nossos pets, na qual todos os sentidos precisavam ser usados. Com o fim das caçadas, depois que os animais de estimação passaram a receber as refeições servidas por humanos, a falta do que fazer tornou-se uma grande causa de tédio e sedentarismo e das suas conseqüências, como a compulsão e a depressão. Proporcionar atividades ajuda a combater esses males, responsáveis por objetos destruídos dentro de casa, por salas desarrumadas e por buracos no jardim, entre outros problemas.

Petiscos à mão na hora certa
Para não perder oportunidades de recompensar o pet no momento certo, mantenha petiscos em pequenos recipientes, em locais estratégicos e fora do alcance dos animais e das crianças. Se o cão estiver sendo treinado a não pular nas visitas, por exemplo, ponha um desses recipientes perto da porta de entrada. Mas fique esperto. Não satisfaça a vontade do cão que late ou do gato que mia chamando a atenção para o recipiente, se você não quiser que sempre que seu amigo de quatro patas desejar um petisco repita aquele comportamento. Em casos assim, repreenda o animal.

De olho na obesidade
O petisco com formulação balanceada e fabricado especialemtne para o pet pode até substituir em parte a ração. Converse com o veterinário sobre isso. Se o animal estiver obeso, é importante rever a alimentação dele como um todo, inclusive o tipo de petisco dado e a quantidade. Para o consumo ser controlado com precisão, reabasteça os recipientes espalhados pela casa uma vez por semana e mantenha o estoque restante em outro local.

Resumo
1. Petiscos e guloseimas podem ajudar na educação do cão e proporcionar etímulos físicos e psicológicos, se utilizados corretamente.
2. Recompense o cão somente quando ele fizer algo que você queira.
3. Distribua pela casa os petiscos em recipientes colocados em locais estratégicos.
4. Crie dificuldades para o cão sentir que conquistou as recompensas.
5. Esconda alguns petiscos pela casa e estimule seu cão a encontrá-los.
6. Cuidado para não prejudicar a nutrição do animal. Petiscos devem ser balanceados e a quantidade oferecida precisa ser controlada.

domingo, 13 de setembro de 2009

Mitos e Verdades sobre adestramento.


Mesmo sendo bem difundido e relativamente fácil de ser encontrado, o serviço de adestramento não é usufruído por boa parcela da população que poderia se beneficiar com ele. Há também pessoas que, sem ter idéia correta sobre a função desse treino, contratam um adestrador com expectativas irreais e ficam frustradas com o resultado. Procuro esclarecer aqui alguns conceitos bastante difundidos, para melhor entendimento deste importante assunto.


Mitos
"O cão só obedece ao adestrador?"

Se fosse verdade que o cão só obedece a quem o treinou, como seria possível preparar cães guias de cego, já que os portadores de deficiência visual não têm como fazê-lo? É provável que o mito nasceu da frustração de donos cujos cães depois de adestrados apenas apresentam melhora de comportamento e obediência quando estão com o adestrador. Na verdade, essa diferença de atitudes acontece não exatamente por causa da pessoa do adestrador. Mas porque o cão, por ser inteligente, associa a validade de uma regra a um determinado contexto. Para ele agir do mesmo modo com seu dono e com o adestrador é preciso que ambos usem os comandos em contextos semelhantes. Sem o envolvimento com os métodos do adestrador, o dono do cão e seus familiares jamais obterão os mesmos resultados que o adestrador consegue.


"Não vou adestrá-lo pois não quero um robô!"

Essa frase superestima o poder do adestramento e subestima a inteligência canina. Engana-se quem acha que o cão aprende um determinado comando e passa a obedecê-lo como uma máquina. Ele nos obedece por estar interessado em alguma troca. Seja para ganhar algo que goste ou para evitar algo que não goste. Além da troca, existe a questão da hierarquia. Um cão dominante pode oferecer resistência e não obedecer a comandos de uma pessoa, mesmo que esteja interessado na troca, por se considerar em nível hierárquico superior ao dela.


"Cães só devem ser adestrados após os seis meses de idade"

Muitos acham que não podem adestrar o cão antes que ele atinja meio ano de vida. Esperam impacientemente que complete essa idade para procurarem um adestrador. Mas os cães aprendem o tempo todo, independentemente do que achamos. Por meio do adestramento ensinamos o que queremos e o que julgamos ser importante. Isso deve ser feito durante toda a vida do cão, com ou sem a supervisão de um profissional de adestramento.


"Meu cão é muito burro, não aprende nada!"

Cuidado com essa frase. Provavelmente ela diz mais a respeito da sua técnica de ensino do que sobre a inteligência do seu cão! Cães aprendem com bastante facilidade, mesmo os menos inteligentes. Executar comandos básicos é algo facílimo para eles. Portanto, se o seu cão não obedece, não deve ser por burrice. Questione a sua didática e o interesse que consegue despertar no seu aluno canino com o que você oferece a ele.


"Só cães de grande porte devem ser adestrados"

Cães de qualquer tamanho podem ser beneficiados pelo adestramento. Lembre-se: adestrar é educar. Cães pequenos também podem destruir objetos, atacar pessoas e não obedecer aos proprietários!



Verdades
"O cão só obedece por interesse"

É isso mesmo. E não deveríamos achar ruim o cão gostar de recompensas. Quem trabalha de graça? Mesmo quando não buscamos dinheiro, queremos nos sentir recompensados de alguma maneira. O mesmo princípio é válido com os cães. Para obtermos maior influência sobre o comportamento deles devemos sempre procurar identificar quais estão sendo as trocas, mesmo que elas não sejam óbvias.


"Até os cães mais velhos podem aprender"

Correto. Da mesma maneira que as pessoas mais idosas também aprendem. Alguns hábitos praticados durante toda a vida podem ser um pouco mais difíceis de modificar. Mas, na maioria das vezes, a capacidade do cão para se adaptar a novas regras é surpreendente. Não existe uma idade determinada para o cérebro bloquear novos aprendizados. Portanto, acredite no seu cão velhinho!


Depende...
"Cães não gostam de ser adestrados"

Isso está muito relacionado com a técnica que o adestrador utiliza. Algumas são embasadas em recompensas e reforços positivos; outras, em punições e reforços negativos. Cães treinados com reforços positivos e recompensas gostam muito mais das aulas dos que os treinados com punições. Mas os cães ensinados com reforços negativos também podem gostar delas. Ter contato social, sair para passear, ser estimulado é tão importante para eles que os reforços negativos e as punições ficam em segundo plano.

sábado, 12 de setembro de 2009

O que pode tornar o seu cão agressivo.


O seu cão, por mais bem tratado que seja, pode ficar agressivo. Conheça as possíveis causas disso e controle melhor a situação.

Muitas pessoas têm idéia errada sobre a agressividade canina. Acreditam que determinadas raças nunca se tornam agressivas. Ou que o cão tratado só com amor e carinho jamais morderá ou será agressivo.

Neste artigo explico como surge um comportamento agressivo, de quais tipos pode ser e por que se desenvolve. No próximo, veremos as maneiras mais eficientes de controlar esses comportamentos e evitá-los.

Raça e linhagem
Quando me pedem um comentário sobre ataques de cães, a primeira pergunta que ouço é sempre se a culpa é da raça ou da maneira como o cão foi criado. Na verdade, a resposta não é simples - um ataque pode ser determinado por vários fatores.

Para começar, não há raça canina sem indivíduos agressivos. Muitas pessoas se surpreendem quando se deparam com um Golden Retriever ou um Labrador agressivo. No imaginário delas, essas possibilidades não existem! Mas elas existem. E não são tão raras assim, como bem sabe quem trabalha com comportamento canino.

Isso não quer dizer que uma raça não seja, em média, mais agressiva ou dócil que outra. Por exemplo, Rottweilers são mais agressivos que Beagles, em média, mas há muitos Rottweilers mais dóceis do que muitos Beagles.

Outro fato são as diferentes linhagens de uma mesma raça, cujos exemplares podem ser mais mansos ou mais agressivos do que a média. Por isso, às vezes, ao querer prever o comportamento futuro do filhote, é mais importante conhecer o comportamento típico da sua linhagem do que da sua raça.

Influência da criação
O modo como lidamos com o cão influencia muito o comportamento dele. A boa educação pode controlar a tendência a uma agressividade maior e a má educação pode tornar perigoso um cão pouco agressivo. Mas é muito mais fácil e garantido educar para ser manso e confiável um cão que tem tendência a ser dócil.

Amor e carinho não bastam
Quando atendo consultas de comportamento, muitas vezes ouço gente desabafar que sempre fez tudo que o cão queria, sem nunca lhe faltar amor nem carinho, e que não entende por que agora ele ataca as pessoas da casa. Mas, para controlar a agressividade dos nossos cães e evitar acidentes, muitas vezes graves, devemos estar cientes de que a educação correta envolve muito mais do que amor e carinho.

De onde vem a agressividade?
Para a maioria das espécies, a agressividade é fundamental. Fazem, por meio dela, a defesa do território, de seus parceiros sexuais, dos filhotes, da comida e até da posição hierárquica. Na grande maioria dos bichos, o comportamento agressivo é inato, pelo menos em parte, e pode aflorar somente em algumas situações ou fases da vida. É o caso dos cães machos que, na puberdade, começam a brigar com outros cães machos. E dos filhotes que se tornam agressivos ao disputarem uma teta da mãe ou ao tentarem garantir que o sono não seja perturbado pelos irmãozinhos.

Vários tipos de agressividade
Podemos dividir o comportamento agressivo em classes, para melhor entendê-lo e controlá-lo. Independentemente dos critérios adotados, mais complexos ou mais simples, em geral as classificações se assemelham.

Agressividade territorial
Normalmente, um cão fica mais agressivo no território dele, para defendê-lo. Muitos cães aceitam um outro cão quando estão em espaço neutro, mas passam a atacá-lo se ele entrar no território deles ou ameaçar entrar.

Agressividade possessiva
Manifesta-se quando alguém se aproxima de um objeto, de um animal ou de uma pessoa de quem o cão tem “ciúmes”. Ocorre, por exemplo, quando ele está com algo que considera valioso, como um osso com pedaços de carne. Acontece também quando uma visita abraça ou cumprimenta o dono do cão.

Agressividade por medo ou dor
Às vezes, para se defender, o cão acuado pode atacar o agressor. Ou, ameaçá-lo mostrando os dentes e rosnando, para evitar que chegue perto demais. Um cão com dor, por medo de que um outro bicho ou uma pessoa se aproveite dessa vulnerabilidade, tende a ser agressivo. Esse é o principal motivo que leva cães atropelados a atacar a pessoa que tenta socorrê-los.

Agressividade por dominância
Serve para mostrar quem manda. Costuma acontecer quando é questionada ou contrariada a dominância de um cão que se considera líder do grupo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Como conduzir o cão sem ser levado por ele.


O cão que puxa a guia torna o passeio menos agradável e fica mais desobediente e agressivo. Vou dar algumas dicas de como agir para assumir o comando efetivo durante as caminhadas.

Não importa qual seja o motivo de o cão puxar a guia, esse comportamento não deve ser permitido. Quem precisa estar no comando é o condutor. Ao cão cabe andar ao lado da pessoa, mantendo a guia sempre frouxa.


Tranco

Quando o cão puxar a guia, bastará dar um pequeno tranco para ele se aproximar, afrouxando-a. Mesmo porque, se ele continuar puxando, em vez de se submeter, se sentirá enforcado.
Nos treinos, leve petiscos e recompense esporadicamente o cão em momentos nos quais ele estiver acompanhando você corretamente, ou seja, com a guia bem frouxa. De vez em quando, nesses momentos, você pode interromper a caminhada e proporcionar uma interação agradável, falando o nome dele com alegria e acariciando-o.
Não estique desnecessariamente a guia quando vocês estiverem parados, nem enquanto caminharem. Enforcar o cão sem motivo pode causar uma associação indesejada de passeio com sensação incômoda.


Liderança e ansiedade

É normal o cão dominante procurar impor um ritmo e uma direção às caminhadas. Mas, se isso for permitido, ele se sentirá confirmado na posição de líder e deixará de obedecer. E, se for forçado a fazer algo, poderá reagir com agressividade.
Outra motivação para o cão tentar tracionar o condutor é a ansiedade para chegar logo à rua. Ou, estando lá, querer aproximar-se de uma árvore ou de um poste para cheirar, por exemplo. Se o condutor acelerar o passo ou redirecionar o trajeto quando a guia é puxada, o cão aprende que vale a pena a tração - exatamente o oposto do que queremos!
O estado de agitação que toma conta de alguns cães quando saem para passear (se estivessem soltos, correriam de um lado para outro ou andariam bem depressa) é mais uma causa de puxões na guia. Nesse caso, como o cão ansioso fica menos sensível a trancos, será preciso ser mais rígido, de início, para mantê-lo sob controle.


Treino

Desde o momento em que colocamos a guia no cão, devemos conter a ansiedade dele, sem jamais permitir puxões. Inicialmente, treina-se o cão a mudar de direção junto com o condutor. Uma boa técnica é fazer percursos em ziguezague. A percepção do cão da importância de prestar atenção nos movimentos do condutor, para acompanhá-lo, aumenta à medida que ele percebe que ao puxar a guia, leva um tranco. Para favorecer a concentração nos treinos, escolha um lugar não tão excitante, como uma garagem de prédio.
Quando o cão conseguir acompanhar você sem precisar de trancos, premie-o com petisco. Com poucos treinos ele estará apto a andar direitinho ao seu lado. Só aí o leve para a rua ou para outro local mais estimulante.


Se for briguento?

O cão deixa de perceber trancos de guia quando late excitado. Quem tem cão briguento deve interromper desde o início as manifestações de agressividade com uma punição que não o machuque. Um recurso é espirrar um jato de substância amarga não tóxica na boca dele (como os importados bitter aple ou bitter lime ). Outro método é assustar o cão sacudindo uma lata cheia de moedas ou estalando uma biribinha. Nos casos mais difíceis, pode-se lançar um jato de gás carbônico (CO 2) usando um extintor de incêndio. Encontrada a punição ideal, o comportamento indesejado deixará de ser repetido depois de algumas ocorrências.


Resumo.


  • Ande em ziguezague, fazendo com que o cão tome um tranco na coleira se não segui-lo..

  • Seja mais rígido no início do passeio, pois o cão estará mais ansioso e, portanto, menos sensível aos trancos..

  • Procure controlar o cão fazendo exercícios em lugar não tão excitante para ele. Só quando ele se comportar muito bem, comece a ir para outro local..

  • Recompense-o com brincadeiras e petiscos sempre que ele estiver andando com a guia completamente frouxa..

  • Ao fazer paradas durante a caminhada, mantenha a guia frouxa. Se o cão puxar, dê um tranquinho.


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

CUIDADO! Esses alimentos podem matar seu cachorro.‏


Bebidas Alcoólicas
Muitas vezes são adocicadas e podem atrair cães e gatos, mas podem induzir uma intoxicação séria e às vezes fatal.
Sinais e efeitos colaterais: Descordenação, Excitação, Depressão, Urinar excessivamente, Respiração lenta, Ataque cardíaco e morte.


Abacate
Folhas, semente e a fruta do abacate contem uma substância tóxica chamada persina. Pode causar desarranjo gastro-intestinal.


Café (todas as formas)
Café contem componentes perigosos chamados xantinas que podem causar danos ao sistema nervoso e sistema urinário além de ser um estimulante cardíaco.


Cascas de batatas
Batatas e tomates contem uma substância chamada solanina e outro alcalóides. Se ingeridos em grande quantidade, podem gerar salivação excessiva, desarranjo do trato gastrointestinal, perda de apetite, depressão do sistema nervoso central e outors sintomas. Evite.


Cebola
Cebolas contme tiosulfato. Cachorros sensíveis a cebola podem desenvolver anemia. Felizmente todos os cachorros se recuperam quando não ingerem mais cebola.


Chocolate (todas as formas)
Chocolate contem teobromina, um composto diurético e estimulante do coração.
Sinais: Excitação inicial, beber e urinar excessivamente, vômito e diarréia. Chocolate pode causar ritmo cardíaco acelerado, podendo levar a convulsões ou mesmo morte.

Comidas estragadas ou mofadas
Muitos tipos de mofo contem uma toxina chamada aflatoxina. Pode causar vômito/diarréia, tremores musculares, descordenação, febre, salivação excessiva e danos ao fígado.

Comidas gordurosas
O problema principal destes alimentos é um desarranjo gastrointestinal e, em alguns casos pode culminar em uma pancreatite. Pode ser fatal em alguns animais e é quase sempre causado por comidas muito gordurosas como bacon.

Noz macadâmia
A macadâmia contem uma toxina desconhecida que pode afetar os músculos, o sistema digestivo e o sistema nervoso de cachorros. Já foram registrados casos de paralisia.

Uvas e uvas passas
Existem casos registrados de apenas 6 (seis) uvas ou passas causando insuficiência renal aguda. A toxina não foi identificada ainda.

No caso de intoxicação sempre leve ao veterinário mais próximo. Não deixe medicamentos ao alcance de animais.