terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

‘Humanizar’ gera problemas


Em entrevista exclusiva, Alexandre Rossi dá dicas de como ter uma relação saudável com o bichinho de estimação em casa

A relação do homem com seu animal de estimação começa a apresentar consequências quando os bichos dividem o mesmo espaço dos familiares, ou quando existe maior carência de contato ou afeto, explica o zootecnista especialista em comportamento animal Alexandre Rossi, o Dr. Pet do programa “Domingo Espetacular”, da TV Record. Mas, é preciso um equilíbrio nesta relação, já que tratar animais de estimação como humanos pode gerar problemas.

“As necessidades naturais do bichinho são muito diferentes das nossas. Às vezes, a boa intenção não basta para dar qualidade de vida aos animais. Por exemplo, cães muito mimados, que não conhecem limites, costumam não gostar de serem contrariados e podem passar a manifestar agressividade, inclusive com os donos, que não entendem o motivo desse comportamento”, explica. “Cães nasceram programados para ocupar uma posição dentro do grupo em que vivem, se não receberem limites começarão a impor suas próprias condições. Como tudo na vida, quando há exageros demais, pode ser prejudicial tanto para o animal como para a pessoa”, acrescenta Rossi.

Segundo o Dr. Pet, a relação entre dono e animal deve ter limites. E o mais importante, o animal não deve ser tratado como um neném, mas sim como um bicho que tem necessidades e urgências comportamentais. “Eles não podem fazer tudo o que querem, a hora que querem, como querem. Precisam ter regras, limites precisam ser estabelecidos e reportados diariamente. Desta forma, o animal fica mais saudável psicologicamente, mais obediente, tem um convívio melhor”, revela.

São diversos os cuidados que o homem deve ter com o animal, entre eles a escolha dos serviços oferecidos pelos pet shops, já que nem todos podem respeitar a natureza do animal. Casas e cobertores hoje em dia são itens básicos de muitos pets. Mas os donos querem cada vez mais. Basta entrar em um pet shop que lá está a diversidade de produtos – antes nunca imaginada – destinada aos bichos de estimação.

Rossi cita como exemplo o banho de ofurô. “A princípio a idéia parece legal. Mas, se o bichinho não está acostumado a ficar longe do dono, não está acostumado a se divertir com outras pessoas, o banho pode virar um pesadelo”, revela Rossi. “Outro exemplo são as roupinhas. Elas deixam o animal bacana, mas tem que ter noção de quando ele precisa colocar roupa, quando terá utilidade ou pelo menos quando não está prejudicando o bem estar do animal”, complementa.

O isolamento por parte do dono do bichinho de estimação também é um sinal de que a relação entre os dois não está saudável. “Ao invés de conhecer mais gente por causa do animal a pessoa acaba se isolando. Isso mostra que há exageros na relação. Geralmente ocorre com pessoas que acabam não educando direito o animal e quando o dono sai de casa, o bicho fica desesperado”, explica Rossi.

Investimentos

De acordo com o Dr. Pet, antes de adquirir um animal de estimação é preciso estudar e levar em consideração as perdas na casa. “Não tem jeito, a pessoa vai ter coisas que gosta estragadas dentro de casa. Isso faz parte e deve ser levado em consideração. Para receber o novo morador, é preciso adaptar a casa”, revela. “No caso dos gatos, por exemplo, deve haver caixas de areia em determinados locais e caminhas. Já para os cachorros, o dono precisa ter em mente que terá pelos espalhados pela casa, entre outras coisas”, complementa Rossi.

O dono de um bichinho também precisa pensar no tempo que deverá dedicar ao novo morador. Quando for viajar, vai precisar pensar em um hotel para animais ou em alguém que cuide do pet. Além disso, tem que se preparar para quando o animal ficar doente.

“Mas tudo isso é muito pouco se pensarmos na alegria e satisfação que os animais nos dão. Eles inclusive ajudam na saúde. Não quero que essas dicas sirvam para desanimar as pessoas a terem um animal”, alerta. “São apenas dicas necessárias. Eu seria uma pessoa muito menos feliz, muito menos equilibrada se meus pais tivessem me privado de ter um bichinho”, finaliza o Dr. Pet.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

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